O Ofício de trevas mostra, de forma
bastante clara, a figura do servo Sofredor e, junto dEle, nos colocamos
rezando e meditando sobre os Sofrimentos de Sua Paixão e Morte na Cruz.
Este nome (Ofício de Trevas) tem diversas explicações. Entre elas:
As trevas naturais de meia-noite ao anoitecer, ou seja, as horas
destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso
nas trevas da noite: “Haec est hora vestra et potestas tenebrarum” (Esta
é a vossa hora e do poder das trevas.) (Lc 22, 53);
As trevas litúrgicas, quando durante as cerimonias da paixão apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma;
As trevas simbólicas da paixão.
Como este ofício é cantado ao cair da noite o auxílio das luzes de velas torna-se indispensável.
No coro é colocado um candelabro de
quinze velas. Uma delas é de cor branca e todas as outras são feitas de
cera amarela e comum, como sinal de luto e pesar. As velas que vão se
apagando representam os discípulos, que pouco a pouco abandonaram Nosso
Senhor Jesus Cristo durante a Paixão.
No final de cada um dos Salmos que vão
sendo cantados, o cerimoniário apaga uma das velas. Ao mesmo tempo, as
luzes da igreja vão sendo apagadas também. As velas vão sendo apagadas
sucessivamente, até restar apenas uma, a branca. Esta vela não será
apagada. Continuará acesa e será levada para atrás do altar, e depois
reaparece.
Esta vela branca, significa Nosso Senhor
que, por breve tempo, se retira do meio dos homens e baixa ao túmulo,
para reaparecer, pouco depois, fulgurante de luz e de glória.
No fim, apagam-se as luzes para simbolizar o luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor morreu.
O ruído no fim do ofício de trevas
significa o terremoto e a perturbação dos inimigos e recordam a desordem
que sucedeu na natureza, com a morte de Nosso Senhor. Por isso é comum
que os participantes batam nos bancos da Igreja, fazendo um barulho
ensurdecedor.
A razão histórica do rito de apagar pouco
a pouco as velas do tenebrário provavelmente é uma lembrança.
Semelhantemente se apagava uma vela depois de cada salmo, para constar
quantos foram recitados. Este rito remonta, portanto, ao tempo em que
ainda não havia ofícios metodicamente organizados ou quando havia,
conforme a estação do ano, mudança no número de salmos.
Ao término do ofício, o oficiante e os que o seguem, fecham o livro com estrépito.
Se você nunca participou do Ofício de
Trevas, fica a dica: Hoje terá na Igreja Santa Rita após a missa (19h30).
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