O ministro ordinário da Confirmação é o Bispo. Este sacramento, por via de regra, é administrado por ele pessoalmente, para uma mais clara referência à primeira efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes, visto que, depois de terem sido repletos do Espírito Santo, os próprios Apóstolos o transmitiram aos fiéis mediante a imposição das mãos. Deste modo, a recepção do Espírito Santo pelo ministério do Bispo significa o vínculo mais estreito que liga os confirmados à Igreja, e bem assim o mandamento recebido de dar testemunho de Cristo perante os homens.
Por uma causa grave, como acontece por vezes, devido ao grande número de confirmado, o Bispo pode associar a si presbíteros que administrem este sacramento. Sugere-se que sejam convidados:
a) os que na diocese desempenhem múnus ou função especial, como sejam os Vigários gerais, os Vigários episcopais, ou os Vigários forâneos;
b) os párocos dos lugares em que se administra a Confirmação, ou dos lugares a que os confirmandos pertençam, ou ainda os presbíteros que colaboraram, de modo especial, na preparação catequética dos mesmos.
Para a administração da Confirmação, preparar-se-ão:
a) as vestes sagradas necessárias para a celebração, segundo se trate do rito dentro da Missa ou fora da Missa;
b) assentos para os presbíteros que devam ajudar o Bispo;
c) vaso ou vasos com o sagrado crisma;
d) Pontifical Romano;
e) as coisas necessárias para lavar as mãos, após a unção dos confirmados;
f) no caso da Confirmação dentro da Missa com a comunhão sob as duas espécies, um cálice de tamanho suficiente.
Em princípio, a celebração é feita junto da cátedra. Contudo, se for necessário para melhor participação dos fiéis, prepara-se uma sede para o Bispo à frente do altar ou em lugar mais adequado.
Confirmação dentro da Missa
É de toda a conveniência que seja o Bispo a celebrar a Missa. Os presbíteros que o ajudarem a administrar a Confirmação devem concelebrar com ele. Todos, portanto, devem ir revestidos dos paramentos requeridos para a Missa.
Se acaso a Missa for celebrada por outro, convém que o Bispo presida à liturgia da Palavra e dê a bênção no fim da Missa. Neste caso, o Bispo vai paramentado com a alva, cruz peitoral, estola e pluvial da cor correspondente à Missa, e usa mitra e báculo. Os presbíteros que o ajudarem, vestem sobrepeliz por cima do hábito talar, alva, estola e, eventualmente, pluvial.
Nos dias em que são permitidas as Missas rituais, pode-se celebrar a Missa “Na Confirmação”, com as leituras próprias, e paramentos vermelhos ou brancos.
Não se celebrando a Missa ritual, pode-se tomar uma das leituras das que vêm no Lecionário para a referida Missa.
Na ocorrência dos dias indicados nos nn. 1-4 da tabela dos dias litúrgicos, celebra-se a Missa do dia, com suas leituras.
Para a bênção final, pode-se usar sempre a fórmula própria da Missa ritual.
Entrada na igreja, ritos iniciais e liturgia da Palavra até ao Evangelho, como de costume.
Proclamado o Evangelho, o Bispo senta-se, com mitra, na cátedra ou na sede para ele preparada. Os presbíteros que o assistem sentam-se junto dele.
Os confirmados são apresentados pelo pároco, por outro presbítero, ou por diácono ou mesmo por catequista, conforme o costume de cada região, deste modo: os confirmandos, podendo ser, são chamados um por um pelos seus nomes, e vão-se dirigindo para o presbitério; as crianças são levadas por um dos padrinhos ou pelo pai ou pela mãe; e põem-se todos em frente do Bispo. No caso de os confirmandos serem muito numerosos, não são individualmente chamados; mas dispõem-se em lugar conveniente em frente do Bispo.
Então o Bispo profere breve homilia, na qual, comentando as leituras bíblicas, procura levar os confirmandos, seus padrinhos e pais, e toda a assembléia dos fiéis à compreensão mais profundo do mistério da Confirmação, podendo, se quiser, servir-se da alocução que vem no Pontifical.
Terminada a homilia, o Bispo senta-se de mitra e báculo, interroga os confirmandos, que continuam todos de pé, pedindo-lhes que renovem as promessas do batismo, e no fim proclama a fé da Igreja à qual toda a assembléia dá o seu assentimento mediante aclamação ou canto apropriado.
Em seguida, depõe o báculo e a mitra, levanta-se e (tendo junto de si os presbíteros que a si associou), de mãos juntas e voltado para o povo, diz a monição: Roguemos, caros irmãos, depois da qual todos oram em silêncio por uns momentos.
Depois o Bispo senta-se e recebe a mitra. Aproxima-se o diácono com o vaso ou vasos de santo crisma. Se os presbíteros ajudam o Bispo a conferir a unção, todos os vasos do santo crisma são apresentados pelo diácono ao Bispo, que os entrega a cada um dos presbíteros que se aproximam dele.
Depois, os candidatos se aproximam do Bispo e dos presbíteros, ou, se for mais conveniente, o Bispo, de mitra e báculo, e os presbíteros vão até junto de cada um dos confirmandos.
Aquele que apresentou o confirmando põe a mão direita sobre o ombro dele e diz ao Bispo o nome do mesmo, ou então pode o confirmando dizer espontaneamente o seu nome.
O Bispo (ou presbítero) molha a extremidade do polegar da mão direita no crisma e faz com o mesmo polegar o sinal da cruz na fronte do confirmando, proferindo a fórmula sacramental. E depois de o confirmando responder Amém, acrescenta: A paz esteja contigo, ao que o confirmado responde: Amém.
Durante a unção, pode-se entoar um canto apropriado.
Terminada a unção, o Bispo (e os presbíteros) lava(m) as mãos.
Em seguida, o Bispo, de pé, sem mitra, profere a monição introdutória à oração universal e recita a oração conclusiva.
Omite-se o Símbolo, visto já se ter feito a profissão de fé. E a Missa prossegue como de costume.
Enquanto se executa o canto das oferendas é bom que alguns dos confirmados levem ao altar o pão, o vinho e a água, para a celebração da Eucaristia.
Na prece eucarística, faz-se memória dos confirmados, utilizando a fórmula do Missal.
Os confirmados, seus padrinhos, pais, catequistas e parentes podem receber a comunhão sob as duas espécies.
Para a bênção no fim da Missa, o Bispo utilizará a bênção solene ou a oração sobre o povo, como vem no Pontifical Romano.
Os recém-confirmados postam-se diante do Bispo. E este, de pé, com mitra, diz: O Senhor esteja convosco. Um dos diáconos pode dizer a fórmula invitatória da bênção, e o Bispo, de mãos estendidas sobre o povo, profere as invocações. Depois, recebe o báculo e diz: Abençoe-vos, e traça o sinal da cruz sobre o povo.
Depois o diácono despede o povo, dizendo: Vamos em paz; e todos respondem; Demos graças a Deus.
Confirmação fora da Missa
O Bispo veste alva, cruz peitoral, estola e pluvial de cor branca e usa a mitra e o báculo. Os presbíteros que a ele se associam vão revestidos de sobrepeliz por cima do hábito talar, ou de alva e estola e, eventualmente, pluvial de cor branca. Os diáconos revestem alva e estola, e os outros ministros, vestes
branca, ou outras legitimamente aprovadas.
Reunidos os confirmandos, seus pais e padrinhos, bem como toda a comunidade dos fiéis, e enquanto se executa um canto adequado, o Bispo, com os presbíteros, diáconos e restantes ministros, dirigem-se para o presbitério. Feita inclinação ao altar, o Bispo vai para a cátedra, depõe o báculo e a mitra, saúda o povo, e logo em seguida recita a oração: Ó Deus de poder e misericórdia.
A celebração da Palavra, a apresentação dos candidatos, a homilia e demais ritos realizam-se como ficou descrito acima.
Terminada a oração universal, que o Bispo pode introduzir com uma monição adequada, todos recitam a oração dominical. Depois, o Bispo acrescenta-se a oração: Ó Deus, que deste o Espírito Santo aos apóstolos.
A bênção é dada pelo Bispo. Em seguida, o diácono despede o povo, dizendo: Vamos em paz. E todos respondem: Graças a Deus.
Cerimoniário dos Bispos
Nº 455/477