"O Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1, 14)
Neste dia, a Igreja celebra solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus.
A festa da Anunciação do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal. Este fato, fez de Maria o primeiro sacrário da Eucaristia, e por isso Ela recebeu dos cristãos o título de Nossa Senhora da Anunciação.
Maria é introduzida no mistério de Cristo definitivamente mediante aquele acontecimento que foi a Anunciação do Anjo. Esta deu-se em Nazaré, em circunstâncias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus. O mensageiro divino diz à Virgem: "Salve, ó cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1, 28). Maria "perturbou-se e interrogava-se a si própria sobre o que significaria aquela saudação" (Lc 1, 29): que sentido teriam todas aquelas palavras extraordinárias, em particular, a expressão "cheia de graça" (kecharitoméne). 21
Neste dia, a Igreja celebra solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus.
A festa da Anunciação do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal. Este fato, fez de Maria o primeiro sacrário da Eucaristia, e por isso Ela recebeu dos cristãos o título de Nossa Senhora da Anunciação.
Maria é introduzida no mistério de Cristo definitivamente mediante aquele acontecimento que foi a Anunciação do Anjo. Esta deu-se em Nazaré, em circunstâncias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus. O mensageiro divino diz à Virgem: "Salve, ó cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1, 28). Maria "perturbou-se e interrogava-se a si própria sobre o que significaria aquela saudação" (Lc 1, 29): que sentido teriam todas aquelas palavras extraordinárias, em particular, a expressão "cheia de graça" (kecharitoméne). 21
Se
quisermos meditar juntamente com Maria em tais palavras e,
especialmente, na expressão "cheia de graça", podemos encontrar uma
significativa correspondência precisamente na passagem acima citada da
Carta aos Efésios. E se, depois do anúncio do mensageiro celeste, a
Virgem de Nazaré é chamada também a "bendita entre as mulheres" (cf. Lc
1, 42), isso explica-se por causa daquela bênção com que "Deus Pai" nos
cumulou "no alto dos céus, em Cristo". É uma bênção espiritual, que se
refere a todos os homens e traz em si mesma a plenitude e a
universalidade ("toda a sorte de bênçãos"), tal como brota do amor que,
no Espírito Santo, une ao Pai o Filho consubstancial. Ao mesmo tempo,
trata-se de uma bênção derramada por obra de Jesus Cristo na história
humana até ao fim: sobre todos os homens. Mas esta bênção refere-se a
Maria em medida especial e excepcional: ela, de facto, foi saudada por
Isabel como "a bendita entre as mulheres".
O
motivo desta dupla saudação, portanto, está no fato de se ter
manifestado na alma desta "filha de Sião", em certo sentido, toda a
"magnificência da graça", daquela graça com que "o Pai ... nos tornou agradáveis em seu amado Filho".
O mensageiro, efetivamente, saúda Maria como "cheia de graça"; e
chama-lhe assim, como se este fosse o seu verdadeiro nome. Não chama a
sua interlocutora com o nome que lhe é próprio segundo o registo
terreno: "Miryam" ( = Maria);
mas sim com este nome novo: "cheia de graça". E o que significa este
nome? Por que é que o Arcanjo chama desse modo à Virgem de Nazaré?
Na
linguagem da Bíblia "graça" significa um dom especial, que, segundo o
Novo Testamento, tem a sua fonte na vida trinitária do próprio Deus, de
Deus que é amor (cf. 1 Jo 4, 8). É fruto deste amor a "eleição" - aquela
eleição de que fala a Carta aos Efésios. Da parte de Deus esta
"escolha" é a eterna vontade de salvar o homem, mediante a participação
na sua própria vida divina (cf. 2 Pdr 1, 4) em Cristo: é a salvação pela
participação na vida sobrenatural. O efeito deste dom eterno, desta
graça de eleição do homem por parte de Deus, é como que um gérmen de
santidade, ou como que uma nascente a jorrar na alma do homem, qual dom
do próprio Deus que, mediante a graça, vivifica e santifica os eleitos.
Desta forma se verifica, isto é, se torna realidade aquela "bênção" do
homem "com toda a sorte de bênçãos espirituais", aquele "ser seus filhos
adotivos ... em Cristo", ou seja, n'Aquele que é desde toda a
eternidade o "Filho muito amado" do Pai.
Quando
lemos que o mensageiro diz a Maria "cheia de graça", o contexto
evangélico, no qual confluem revelações e promessas antigas, permite-nos
entender que aqui se trata de uma "bênção" singular entre todas as
"bênçãos espirituais em Cristo". No mistério de Cristo, Maria está
presente já "antes da criação do mundo", como aquela a quem o Pai
"escolheu" para Mãe do seu Filho na Incarnação - e, conjuntamente ao
Pai, escolheu-a também o Filho, confiando-a eternamente ao Espírito de
santidade. Maria está unida a Cristo, de um modo absolutamente especial e
excepcional; e é amada neste "Filho muito amado" desde toda a
eternidade, neste Filho consubstancial ao Pai, no qual se concentra toda
"a magnificência da graça". Ao mesmo tempo, porém, ela é e permanece
perfeitamente aberta para este "dom do Alto" (cf. Tg 1, 17) Como ensina o
Concílio, Maria "é a primeira entre os humildes e os pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem d'Ele a salvação".
A saudação e o nome "cheia de graça" dizem-nos tudo isto; mas, no contexto do anúncio do Anjo, referem-se em primeiro lugar à eleição de Maria como Mãe do Filho de Deus. Todavia, a plenitude de graça indica ao mesmo tempo toda a profusão de dons sobrenaturais com que Maria é beneficiada em relação com o fato de ter sido escolhida e destinada para ser Mãe de Cristo. Se esta eleição é fundamental para a realização dos desígnios salvíficos de Deus, a respeito da humanidade, e se a escolha eterna em Cristo e a destinação para a dignidade de filhos adotivos se referem a todos os homens, então a eleição de Maria é absolutamente excepcional e única. Daqui deriva também a singularidade e unicidade do seu lugar no mistério de Cristo.
O mensageiro divino diz-lhe: "Não
temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e
darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Ele será grande e
será chamado Filho do Altíssimo" (Lc 1, 30-32). E quando a Virgem, perturbada por esta saudação extraordinária, pergunta: "Como se realizará isso, pois eu não conheço homem?", recebe do Anjo a confirmação e a explicação das palavras anteriores. Gabriel diz-lhe: "Virá
sobre ti o Espírito Santo e a potência do Altíssimo estenderá sobre ti a
sua sombra. Por isso mesmo o Santo que vai nascer será chamado Filho de
Deus" (Lc 1, 35).
A
Anunciação, portanto, é a revelação do mistério da Encarnação
exatamente no início da sua realização na terra. A doação salvífica que
Deus faz de si mesmo e da sua vida, de alguma maneira a toda a criação
e, diretamente, ao homem, atinge no mistério da Encarnação um dos seus
pontos culminantes. Isso constitui, de fato, um vértice de todas as
doações de graça na história do homem e do cosmos. Maria é a "cheia de
graça", porque a Encarnação do Verbo, a união hipostática do Filho de
Deus com a natureza humana, se realiza e se consuma precisamente nela.
Como afirma o Concílio, Maria é "Mãe
do Filho de Deus e, por isso, filha predileta do Pai e templo do
Espírito Santo; e, por este insigne dom de graça, leva vantagem a todas
as demais criaturas do céu e da terra".
A Carta aos Efésios, falando da "magnificência da graça" pela qual "Deus Pai ... nos tornou agradáveis em seu amado Filho", acrescenta: "N'Ele temos a redenção pelo seu sangue" (Ef 1, 7). Segundo a doutrina formulada em documentos solenes da Igreja, esta "magnificência da graça" manifestou-se na Mãe de Deus pelo fato de ela ter sido "redimida de um modo mais sublime". Em virtude da riqueza da graça do amado Filho e por motivo dos merecimentos redentores d'Aquele que haveria de tornar-se seu Filho, Maria foi preservada da herança do pecado original. Deste modo, logo desde o primeiro instante da sua concepção, ou seja, da sua existência, ela pertence a Cristo, participa da graça salvífica e santificante e daquele amor que tem o seu início no "amado Filho", no Filho do eterno Pai que, mediante a Encarnação, se tornou o seu próprio Filho. Sendo assim, por obra do Espírito Santo, na ordem da graça, ou seja, da participação da natureza divina, Maria recebe a vida d'Aquele, ao qual ela própria, na ordem da geração terrena, deu a vida como mãe. A Liturgia não hesita em chamá-la "genetriz do seu Genitor" e em saudá-la com as palavras que Dante Alighieri põe na boca de São Bernardo: "filha do teu Filho" . E, uma vez que Maria recebe esta "vida nova" numa plenitude correspondente ao amor do Filho para com a Mãe, e por conseguinte à dignidade da maternidade divina, o Anjo na Anunciação chama-lhe "cheia de graça".
No
desígnio salvífico da Santíssima Trindade o mistério da Encarnação
constitui o cumprimento superabundante da promessa feita por Deus aos
homens, depois do pecado original, depois daquele primeiro pecado cujos
efeitos fazem sentir o seu peso sobre toda a história do homem na terra
(cf. Gén 3, 15). E eis que vem ao mundo um Filho, a "descendência da
mulher", que vencerá o mal do pecado nas suas próprias raízes: "esmagará
a cabeça" da serpente. Como resulta das palavras do Proto-Evangelho, a
vitória do Filho da mulher não se verificará sem uma árdua luta, que
deve atravessar toda a história humana. "A inimizade", anunciada no
princípio, é confirmada no Apocalipse, o livro das realidades últimas da
Igreja e do mundo, onde volta a aparecer o sinal de uma "mulher", desta
vez "vestida de sol" (Apoc 12, 1).
Maria,
Mãe do Verbo Encarnado, está colocada no próprio centro dessa
"inimizade", dessa luta que acompanha o evoluir da história da
humanidade sobre a terra e a própria história da salvação. Neste seu
lugar, ela, que faz parte dos "humildes e pobres do Senhor",
apresenta em si, como nenhum outro dentre os seres humanos, aquela
"magnificência de graça" com que o Pai nos agraciou no seu amado Filho; e
esta graça constitui a extraordinária grandeza e beleza de todo o seu
ser. Maria permanece, assim, diante de Deus e também diante de toda a
humanidade, como o sinal imutável e inviolável da eleição por parte do
mesmo Deus, de que fala a Carta paulina: "em Cristo nos elegeu antes da criação do mundo ... e nos predestinou para sermos seus filhos adotivos" (Ef
1, 4. 5). Esta eleição é mais forte do que toda a experiência do mal e
do pecado, do que toda aquela "inimizade" pela qual está marcada toda a
história do homem. Nesta história, Maria permanece um sinal de segura
esperança.
Feliz daquela que acreditou
Logo
depois de ter narrado a Anunciação, o Evangelista São Lucas faz-nos de
guia, seguindo os passos da Virgem em direção a "uma cidade de Judá" (Lc
1, 39). Segundo os estudiosos, esta cidade devia ser a "Ain-Karim" de
hoje, situada entre as montanhas, não distante de Jerusalém. Maria
dirigiu-se para lá "apressadamente", para visitar Isabel, sua parente. O
motivo desta visita há-de ser procurado também no fato de Gabriel,
durante a Anunciação, ter nomeado de maneira significativa Isabel, que
em idade avançada tinha concebido do marido Zacarias um filho, pelo
poder de Deus: "Isabel,
tua parente, concebeu um filho, na sua velhice; e está já no sexto mês,
ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus"
(Lc 1, 36-37). O mensageiro divino tinha feito recurso ao evento, que
se realizara em Isabel, para responder à pergunta de Maria: "Como se realizará isso, pois eu não conheço homem?" (Lc 1, 34). Sim, será possível exatamente pelo "poder do Altíssimo", como e ainda mais do que no caso de Isabel.
Maria
dirige-se, pois, impelida pela caridade, a casa da sua parente. Quando
aí entrou, Isabel, ao responder à sua saudação, tendo sentido o menino
estremecer de alegria no próprio seio, "cheia do Espírito Santo", saúda
por sua vez Maria em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre"
(cf. Lc 1, 40-42). Esta proclamação e aclamação de Isabel deveria vir a
entrar na Ave Maria, como continuação da saudação do Anjo, tornando-se
assim uma das orações mais frequentes da Igreja. Mas são ainda mais
significativas as palavras de Isabel, na pergunta que se segue: "E donde me é dada a dita que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?"
(Lc 1, 43). Isabel dá testemunho acerca de Maria: reconhece e proclama
que diante de si está a Mãe do Senhor, a Mãe do Messias. Neste
testemunho participa também o filho que Isabel traz no seio: "estremeceu de alegria o menino no meu seio" (Lc 1, 44). O menino é o futuro João Batista, que, nas margens do Jordão, indicará em Jesus o Messias.
Todas
as palavras, nesta saudação de Isabel, são densas de significado; no
entanto, parece ser algo de importância fundamental o que ela diz no
final: "Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que
lhe foram ditas da parte do Senhor" (Lc 1, 45). 28 Estas palavras podem
ser postas ao lado do apelativo "cheia de graça" da saudação do Anjo.
Em ambos os textos se revela um conteúdo mariológico essencial, isto é, a
verdade acerca de Maria, cuja presença se tornou real no mistério de
Cristo, precisamente porque ela "acreditou". A plenitude de graça,
anunciada pelo Anjo, significa o dom de Deus mesmo; a fé de Maria,
proclamada por Isabel aquando da Visitação, mostra como a Virgem de
Nazaré tinha correspondido a este dom.
"A
Deus que revela é devida "a obediência da fé" (Rom 16, 26; cf. Rom 1,
5; 2 Cor 10, 5-6), pela qual o homem se entrega total e livremente a
Deus", como ensina o Concílio.
Exatamente
esta descrição da fé teve em Maria uma atuação perfeita. O momento
"decisivo" foi a Anunciação; e as palavras de Isabel - "feliz daquela
que acreditou" - referem-se em primeiro lugar precisamente a esse
momento.
Na
Anunciação, de fato, Maria entregou-se a Deus completamente,
manifestando "a obediência da fé" Àquele que lhe falava, mediante o seu
mensageiro, prestando-lhe o "obséquio pleno da inteligência e da
vontade". Ela respondeu, pois, com todo o seu "eu" humano e feminino.
Nesta resposta de fé estava contida uma cooperação perfeita com a
"prévia e concomitante ajuda da graça divina" e uma disponibilidade
perfeita à acção do Espírito Santo, o qual "aperfeiçoa continuamente a
fé mediante os seus dons".
A palavra de Deus vivo, anunciada pelo Anjo a Maria, referia-se a ela própria: "Eis que conceberás e darás à luz um filho"
(Lc 1, 31). Acolhendo este anúncio, Maria devia tornar-se a "Mãe do
Senhor" e realizar-se-ia nela o mistério divino da Incarnação: "O Pai das misericórdias quis que a aceitação por parte da que Ele predestinara para mãe, precedesse a Encarnação". E Maria dá esse consenso, depois de ter ouvido todas as palavras do mensageiro. Diz: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc
1, 38). Este fiat de Maria - "faça-se em mim" - decidiu, da parte
humana, do cumprimento do mistério divino. Existe uma consonância plena
com as palavras do Filho que, segundo a Carta aos Hebreus, ao vir a este
mundo, diz ao Pai: "Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-me um corpo... Eis que venho... para fazer, ó Deus, a tua vontade"
(Hebr 10, 5-7). O mistério da Encarnação realizou-se quando Maria
pronunciou o seu "fiat": "Faça-se em mim segundo a tua palavra",
tornando possível, pelo que a ela competia no desígnio divino, a
aceitação do oferecimento do seu Filho.
Maria
pronunciou este "fiat" mediante a fé. Foi mediante a fé que ela "se
entregou a Deus" sem reservas e "se consagrou totalmente, como escrava
do Senhor, à pessoa e à obra do seu Filho". E este Filho - como ensinam
os Padres da Igreja - concebeu-o na mente antes de o conceber no seio:
precisamente mediante a fé! Com justeza, portanto, Isabel louva Maria: "Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor".
Essas coisas já se tinham cumprido: Maria de Nazaré apresenta-se no
limiar da casa de Isabel e de Zacarias como mãe do Filho de Deus. É essa
a descoberta letificante de Isabel: "A mãe do meu Senhor vem ter comigo!".
Na Anunciação, quando Maria ouve falar do Filho de que deve tornar-se genetriz e ao qual "porá o nome de Jesus" (= Salvador), fica também a conhecer que "o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi", que ele "reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o seu reinado não terá fim" (Lc 1, 32-33). Era neste sentido que se orientava toda a esperança de Israel. O Messias prometido devia ser "grande"; e também o mensageiro celeste anuncia que "será grande": grande, quer pelo nome de Filho do Altíssimo, quer pelo fato de assumir a herança de Davi. Há de, portanto, ser rei, há de reinar "sobre a casa de Jaco". Maria tinha crescido no meio desta expectativa do seu povo: estaria ela em condições de captar, no momento da Anunciação, qual o sentido essencial que podiam ter as palavras do Anjo, e como devia ser entendido aquele "reino", que "não terá fim"?
João Paulo II
Citações:Encíclica Redemptoris Mater - Sobre a Bem Aventurada Virgem Maria
25 de Março do ano de 1987
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